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A casinha de taipa do Joaquim Mulato

Tão modesta, tão singela,

Tão simplesinha dessas com apenas porta e janela.

Não carecem de trancas,

As paredes são caiadas de branco e as janelas são azuis.

E a mobília? Tão tão pobrezinha era, mas era o suficiente:

Era uma mesa, uns tamboretes e uma redinha.

O baú ainda está lá, com os papéis que ele juntava.

Nos caibros há marcas das cinzas ainda das horas idas.

Na cozinha, não existe mais o cheiro do café no bule nem o andú na panela.

Na sala, o altar sempre foi o bastante.

Ao entrar nessa casinha

Em cada canto ouvi a reza,

Vi uma mesa farta de credos,

Devoção e o cheiro de flor.

O telhado dessa casa é um livro aberto

Com frestas de luz e

Cascas de laranja secas dependuradas no teto,

Para conservar o cheiro da lembrança

De quem ali pisar.

Depois que sai de lá, foi então que descobri,

Que o dono daquela casa

Aquele Sujeito humilde com jeito de mato,

Era mesmo um rico proprietário.

Essa casinha hoje na Barbalha

É sem dúvida um castelo disfarçado de casa de taipa.

 

Fonte: Barbalha Terra De Santo Antonio

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