Poetisa: Lindicássia Nascimento
Ah Caldas, quantas saudades
Do pequeno vilarejo
Das varandas, das calçadas
Da rua, nua, um gracejo!
Dos valores culturais
Raízes dos ancestrais
Lembrança qual eu me vejo!
Nas conversas e costumes
De famílias tradicionais
Vejo a pequena estradinha
A mata e os mananciais
Eu vejo a simplicidade
De um povo com humildade
De gente que tinha paz.
Vejo um cruzeiro na serra
Uma fonte a jorrar
Águas cálidas perene
Percorrendo sem parar
Vejo a fé do homem sã
No despertar da manhã
Da cultura popular.
Vejo a saudade escorrendo
Dos olhos dessa poeta
Vejo a lembrança surgindo
No peito que não aquieta
Vejo os meus antepassados
Sorridentes abraçados
Visão que enfim me completa.
Ah Caldas, berço de glória
Cresceu e virou distrito
Caldas da minha memória
Pensamentos sem conflitos
Caldas que acalma a alma
Ergo-me e “bato palmas”
Ao Bom Jesus dos Aflitos.
Quão maior é teu encanto
Caldas de puro esplendor
Do ontem, do hoje e agora
Da ação do criador
Do homem que edifica
A história e modifica
O Caldas do meu amor!
Foto: acervo de Débora Santos.