UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR E ALEGRIA.
Seus primeiros contatos com as letras foi na Escola Reunida, em Jardim. Lá, fez o que hoje chamamos o Fundamental Anos Iniciais. Nesse tempo, foi colega do amigo e compadre Napoleão Tavares Neves, grande médico e historiador. Em Juazeiro, via supletivo, concluiu o restante dos seus estudos Fundamental e Médio.
Sem opção de emprego, resolveu ir com a família tentar a sorte em Serrita-PE. Em mais uma sociedade, agora com o senhor Chico Romão, e através de amizade com o compadre José Franco, abriu nova farmácia. Nessa época, havia grandes problemas de falta de água naquela cidade. Os filhos adoentados e sem assistência médica adequada, foi obrigado a voltar para Barbalha quatro meses depois. Ao retornar, conseguiu emprego na empresa Novo Mundo – Companhia Nacional de Seguros, no período de 01/09/63 a 30/05/1964. Em seguida, foi trabalhar no escritório da Fábrica de Mosaicos Incas, de propriedade do Sr. João Gonçalves Primo. Lá, ficou até 1970, saindo para a CECASA, Cerâmica do Cariri Sociedade Anônima, prestando seus serviços também em escritório. Dois anos depois, foi contratado pela empresa Barreto Sampaio Comércio Limitada, a atual Casa Sampaio e lá ficou no período entre 01/01/1972 a 14/03/1974. Aconselhado e motivado pelo Dr. Napoleão, em 1974, fez o concurso para o então INPS, Instituto Nacional da Previdência Social. Passando entre os cinco primeiros lugares, assumiu como auxiliar de serviços Médicos na agência de Juazeiro do Norte. Em 31/03/1974, assumiu em Barbalha o posto de Servidor Residente do INPS (INSS hoje.). Com o apoio de sua esposa e da Sra. Eunice Santana, prestou relevantes serviços aos hospitais, à saúde pública, ao povo.
Nos anos noventa recebeu o título de cidadão Barbalhense numa proposição da então vereadora Marlene Grangeiro. Foi secretário de diversas entidades, como o Conselho Vicentino, do Centro de Melhoramento de Barbalha e também da Câmara Municipal…
Católico fervoroso, participou do Grupo de Casais com Cristo, criado pela igreja com a finalidade de unir os casais numa vertente ainda mais solidária e de solidez matrimonial. Logo, tornou-se um dos primeiros ministros da Eucaristia. Durante muitos anos, secretariou também os leilões da tradicional Festa de Santo Antônio.
Benedito sempre amou a música, a família, a Língua Portuguesa e a prestação de serviços. Realizava-se em ver os outros felizes, satisfeitos. Não havia grosseria no seu dicionário. Muito pelo contrário. Ao encontrar amigos nas ruas de nossa cidade e no seu torrão natal, ele sempre os parava para contar um fato jocoso. Ele sentia necessidade de ver os outros contentes.
Foi um pai que falava pelos gestos sempre harmoniosos e éticos. Foi um avô participativo no apoio à formação de seus netos, priorizando sempre tempo para brincar e vê-los crescer na paz, no amor, numa vida cristã.
De fato, Benedito fez da vida um grande brinquedo. Passava horas gravando fitas cassetes com músicas de alto nível só para presentear os amigos e começar uma boa conversa.
Certo dia, começou a esquecer onde morava. A audição foi perdendo nível. A alegria foi dando lugar a um passado mais distante. Como filho que perdeu a mãe quando ele ainda era criança, chamava por ela e queria voltar para “casa”. Mesmo com todo o esforço da família em busca do tratamento do Mal de Alzheimer, em menos de três meses, acamou-se e passou aproximadamente nove anos apenas nos dando o prazer de vê-lo fisicamente. Não sentia dores físicas. Não nos conhecia. Não falava. Mal abria os olhos. Mas o que fez em vida saudável, deixou marcas indeléveis em cada membro familiar, e da forma mais bonita. No dia 5 de abril de 2017, numa madrugada de quarta-feira, ele partiu definitivamente. Cumpriu a sua missão de agente do amor, da alegria, do bom senso e da ética.